segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

oscilação de temperatura


Faz silêncio.
Não quero dar explicações. Faltam-me palavras para certas coisas. Quem passa lá fora não consegue ver. Continua chovendo dentro de casa. O náufrago sequer envia mensagens na garrafa. Não há mais nada a ser salvo. O desamor rompeu a barragem. Eu mesma, nesse momento, me protejo como posso com os pés acima do chão. Nunca aprendi a nadar em águas revoltas. Agora, chovo. Ver por dentro provoca precipitações. Calma. Eu nasci sabendo voar. Não tenho pressa. O descobridor dos sete mares passará por mim e me navegará. Meu corpo fundará uma nova terra. Meus olhos dirão. Seus olhos me aquecerão. Ele sabe ler sinais. Haverá mudança de tempo. È verão. Aqui dentro, quarenta graus. Descansarás tuas pernas entre as minhas.
Faz silêncio.

7 comentários:

  1. tuas palavras ficam sempre muito fortes aqui em meus ouvidos.
    são fortes e ao mesmo tempo leves feito linhas ao vento.

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  2. muito legal, Glorinha!! gostei mesmo!! muito delicado...

    marcão

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  3. Você fala profundo, com muita leveza. Tuas palavras movimentam meu ser. Beijo!

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  4. Suas palavras são maravilhosas. Adorei seu blog. Parabéns.


    Abraço,

    Tainá. :)

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  5. Tainá, seja bem-vinda. Visitarei teu blog logo, logo e deixarei um recadinho por lá. bjs

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  6. "Ver por dentro provoca precipitações." Gostei muito das tuas palavras! Adicionei pra voltar sempre por aqui.
    Bjo! =)

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  7. "Chove forte, treme as velas brancas do barco." Me veio isso após lê-la, foi meio de imediato. Concordo com a Joice, tuas palavras tem o mesmo efeito em mim, me chegam fortes, preenchendo de carícias os meus ouvidos, mas também é leve como linhas ao vento. Acho isso fascinante e gosto muito.

    P.s- Consegui adicionar o seu blog, agora estou acompanhando. :)

    Abraço,

    R.Vinicius

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