quinta-feira, 20 de novembro de 2008

travessia do fantasma (para todos criadores e criadoras das artes de viver)


Tomei-me pelas mãos com o coração em disparada
Assim que presenciei a morte retirar-se
Eu, irremediavelmente viva e ela, já sem olhos para ver
Cada uma seguindo a sina da partida
Não mais
Ela pensando que me alimentava
E eu imaginando que a conduzia.
Findou-se o infinitivo dos verbos,
Morrer de vida
Viver de morte
coisa apartada da outra
uma mãe, a outra cria
Some do alcance da vista
o fastasma assustado por sua sombra
Em plena escuridão do dia

é outra hora
um outro tempo
eros é também silêncio, solidão e vácuo
entrelaçados em sintonia
um só corpo, uma só carne
o imperitivo fértil se prenuncia
Criar, criar, criar
não é essa a única garantia?
os anjos no ceú e no inferno proclamam a nossa glória!



Um comentário:

  1. essa é uma poesia às avessas, quase um gemido, uma fala para dar passagem a uma adiada separaçào feito sonho, nítido enigmático. ninguém comentou, o silêncio diante do que nem eu mesma ainda entendo.

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Ventanias