Em cada mínimo lugar da palma da minha mão há um traço da tua imanência lacrada com nome de destino. Sem imaginar meu silêncio povoado de palavras, meu corpo protegido por beijos de passagem, você fez a loucura de me tomar às mãos e desenhá-las com a ponta dos teus dedos. Desvaneci reservada, como é típico das rainhas e vi pontilhar no céu um clarão de fogos de artifício. Estrelinhas de luzes brilhantes e cheias de faíscas, sem as minhas costumeiras explosões. Você vinha de novo e eu deixava entrar.
.
(Tão mais fácil correr, mesmo inerte, se cada uma das mãos ficasse esquecida e teu corpo buscasse através do meu apenas aplacar a fome e o frio! Você veio, pelo contrário, com o riso solto e os olhos pregados nos meus e me disse do mais lindo que permanece em você. Falou do seu cavalo alado, que tinha um nome pássaro e de como foi difícil se apartar dele. Contou-me, cheio de orgulho, que foi proprietário de um mini-posto, com elevador para lavagem dos carros em miniaturas e ainda de um autorama do tamanho da sala. Derramou palavras sobre o encanto de brincar, o tempo que se esvai no frenesi do dia a dia e os tantos álbuns incompletos de figurinhas. Rimos das nossas buscas por figurinhas difíceis, por tentarmos no bafo alcançar finalmente a que nos faltava. Mencionei minha coleção de caixa de fósforos, a cidade de bonecas e a certeza de voar entre as paredes do corredor da casa. E a minha criança e a tua se deram tão bem!)
Tem gente que não gosta nada quando digo: pressinto o que há de vir. Não demanda ser vidente não. Basta seguir os sinais de intensidade que o corpo guarda e vibra. Aprendi muito cedo a ler esses inusitados desígnios. Se pelo menos, tuas mãos tivessem soltado as minhas antes e depois. Se houvesse pressa em buscar algo fora de nossas mãos. Tu foste ficando até se fazer zero a contagem regressiva para o novo. Chegastes antes do dia, nesse ano que permanece e parte. Com tuas mãos quentes, firmes como de agricultores que cultivam o que comem; tu foste unindo cada ponto solto e ermo de nós dois. Desenhando dedo a dedo um bordado entre alma e desejo.
Ninguém leu o nosso destino. Nem os búzios, nem as cartas, nem era prevista tua vinda em qualquer trânsito astrológico. Foram teus dedos nos meus, brincando no céu de dezembro, que te conduziram até a mim.
Quando você chegar, tome minhas mãos e eu saberei. Olharei para o céu e no meu corredor não mais tão estreito, estará voando livre o teu cavalo alado. Direi: sinto-me tão bem ao teu lado. Você responderá: eu também. Apenas isso. Esse é um ano novo!
.
(Tão mais fácil correr, mesmo inerte, se cada uma das mãos ficasse esquecida e teu corpo buscasse através do meu apenas aplacar a fome e o frio! Você veio, pelo contrário, com o riso solto e os olhos pregados nos meus e me disse do mais lindo que permanece em você. Falou do seu cavalo alado, que tinha um nome pássaro e de como foi difícil se apartar dele. Contou-me, cheio de orgulho, que foi proprietário de um mini-posto, com elevador para lavagem dos carros em miniaturas e ainda de um autorama do tamanho da sala. Derramou palavras sobre o encanto de brincar, o tempo que se esvai no frenesi do dia a dia e os tantos álbuns incompletos de figurinhas. Rimos das nossas buscas por figurinhas difíceis, por tentarmos no bafo alcançar finalmente a que nos faltava. Mencionei minha coleção de caixa de fósforos, a cidade de bonecas e a certeza de voar entre as paredes do corredor da casa. E a minha criança e a tua se deram tão bem!)
Tem gente que não gosta nada quando digo: pressinto o que há de vir. Não demanda ser vidente não. Basta seguir os sinais de intensidade que o corpo guarda e vibra. Aprendi muito cedo a ler esses inusitados desígnios. Se pelo menos, tuas mãos tivessem soltado as minhas antes e depois. Se houvesse pressa em buscar algo fora de nossas mãos. Tu foste ficando até se fazer zero a contagem regressiva para o novo. Chegastes antes do dia, nesse ano que permanece e parte. Com tuas mãos quentes, firmes como de agricultores que cultivam o que comem; tu foste unindo cada ponto solto e ermo de nós dois. Desenhando dedo a dedo um bordado entre alma e desejo.
Ninguém leu o nosso destino. Nem os búzios, nem as cartas, nem era prevista tua vinda em qualquer trânsito astrológico. Foram teus dedos nos meus, brincando no céu de dezembro, que te conduziram até a mim.
Quando você chegar, tome minhas mãos e eu saberei. Olharei para o céu e no meu corredor não mais tão estreito, estará voando livre o teu cavalo alado. Direi: sinto-me tão bem ao teu lado. Você responderá: eu também. Apenas isso. Esse é um ano novo!
tu nem sabe, mas às vezes salva meu dia com a força dos teus textos.
ResponderExcluirum beijo bem grandão me tu
Que lindo!!!
ResponderExcluirMeu Deus do céu!
Você não sabe o quanto o que aqui li me tocou!
Já peço permissão para postar parte dele em meu blog, lhe dando os devidos créditos, é claro!
Muito lindo!
Você é uma escritora talentosíssima!
Escreve com a alma...
Meus parabéns!!!
Gostou da Capitu??
Eu AMEI!!
Bjos e um ótimo domingo!
Nossa Glória, o teu devir fez um rebuliço em mim.
ResponderExcluirAdorei!
bj.
fico lisonjeado.
ResponderExcluire aqui é tudo intenso e terno.
Glória pudesse minhas palavras gravar o encanto de tuas palavras, concerteza eu o faria, mas não por poder fazê-lo, mas para lhe presentear; forma de agradecer o encanto que me deste, pois tuas linhas são sublimes de uma escritora talentosíssima. Me faltam palavras, resta-me aplaudir e pedir carinhosamente que nunca deixe de escrever, pois já conquistate um leitor.
ResponderExcluirÓtima semana, abraço,
R.Vinicius
Glória eu queria acompanhá-la como tem no meu, sabe? Com a foto do lado, mas o seu não tem. Não sei como que eu faço. Tô fuçando no Blog pra ver se aprendo, pois últimamente tenho só postado e quando dá vou nos Blogs, mas não peguei ainda pra mexer no Blog, tanto que o templare não tá bem caractéristico, na imagem que eu tenho de Folhas Avulsas .. Você sabe como que eu faço? Eu vi a sua foto no acompanhar de um, mas não sei como acompanhar o seu =/
ResponderExcluirAcho legal antropológia :) Por enquanto sou só um aspirante a escritor, poeta e dramaturgo, que são meus sonhos antigos. Talvez Jornalismo ou Psicologia :)
Abraço,
R.Vinicius
Vinicius,
ResponderExcluirDeu certo!
=)
ResponderExcluirTô arrumando aqui no meu.
Abraço,
R.Vinicius
Glória, muito lindo teu texto! Intenso. Engraçado que ontem mesmo saí por Fortaleza com olhos de quem a visita. Aproveitei cada descoberta, assim como quem vai descobrindo o amor.
ResponderExcluirBjo! =)
Flor, que lindo teu texto! Adorei! Muito forte!
ResponderExcluirBeeeeijos ;*
É muito bom saber que até mesmo uma rainha desvanecida e reservada já brincou de bafo e de cidade de bonecas. Assim a gente te humaniza mais e te traz mais pra perto da nossa própria humanidade. Embora você vá sempre, no fundo, ser uma rainha.
ResponderExcluirBeijo carinhoso na escritora.
Fayga
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir