quarta-feira, 8 de outubro de 2008

o corpo num dia santo


Perdição

Para onde anda o amor?
Que amor?
Ele não sabe.

O sentimento de grande se inaugura no centro
Do mesmo modo que o mar é o céu pregado na terra
Que se derrama
E permite cerzir sal e tempo
o amor é uma imensidão ungida no corpo
que se esvai,
E fica.
.
Quantos corpos cada um tem?
Quantas vidas?
Ela não sabe.

Um desassossego se desloca sem lugar
Do mesmo modo que a terra é o mar inundado de areia
Que se enterra
E permite a ilusão de abortar o tempo
O amor é uma invenção do corpo
Que se retrai,
E fica.

Ei, por favor!
Você poderia me dizer
Que dia é hoje?

Semana ( nem tão) santa de 2008.

imagem:
O segredo dos segredos
Da série "amor e desejos"
Rose Canazarro

2 comentários:

  1. O amor é uma invenção do corpo
    Que se retrai,
    E fica.

    invenção que quando inversa torna-se diversão para uns, impossível para outros ou e ou e ou e

    E ao poeta só cabe a liberdade de flertar com o que está contido no conjunto do que pode ser considerado inverso.

    Afinal, o inverso da asa da borboleta é somente um desenho simétrico-espelhado mais macio, o inverso de um soneto é um texto começado por dois tercetos e finalizado em duas quadras,
    o inverso de um grito é um soluço, de uma palavra um aperto na garganta, de um caminho um todo, de um carinho a ruga, de um beijo um sopro...
    e do amor??? calo.

    obra de Lucíola Feijó in vitae de Lucíola de José de Alencar.

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  2. O mar como o céu pregado na terra, se derramando ...

    Se derramando estou eu de admiração por ti ... lindoooooooooo!!!!!

    Ciça

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Ventanias